As experiências do perdão e do arrependimento nos remetem a algumas consciências que às vezes, por fechamento, perdemos:
Somos limitados: nossa condição humana - fragilizada por um convívio social em ambiente completamente hostil à fraternidade, ao respeito para com o próximo, ao amor aos outros, como valor a ser perseguido - tende a nos tornar autônomos em relação uns aos outros (eu não preciso de ninguém!) e em relação a Deus (eu posso viver e fazer o que quiser, que Deus vai me perdoar de qualquer jeito!), um risco à nossa perspectiva de vida feliz e uma falha na compreensão do amor de Deus, que, embora seja infinito, não pode ser manipulado e usurpado por nossos equívocos.
Deus é maior que nossos limites: esta certeza se demonstra para nós não só em inúmeras páginas do Evangelho, mas também em vários momentos da nossa vida real. Quantas vezes, se fôssemos levar em conta nossas atitudes e nossos pensamentos sobre Ele, Deus jamais se ocuparia de nós! Mas em seu amor, que simplesmente transcende todo e qualquer entendimento nosso, Ele está sempre disposto a nos reintroduzir na graça abundante que dele procede.
O amor derramado, junto com o sangue e a água que jorraram do lado aberto do Senhor no momento da cruz, nos convidam a amar e a nos doar uns pelos outros, nos outros e com os outros, para que jamais tenhamos a tentação de sair da casa do nosso Pai. Que o Pai misericordioso nos ajude. Assim seja!
Júlio Rodrigues Neves Junior
ABC Litúrgico - nº 1814 - 12/09/2010
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